sábado, 3 de novembro de 2007

frequentemente me sinto uma espiã

Homem olha para goteira (barulho de goteira o tempo inteiro), fuma e bate as cinzas na mulher-cinzeiro. Barulho de salto no chão molhado. Espiã chega. Homem levanta e oferece lugar para espiã. Homem acende cigarro da espiã. Mulher-cinzeiro exerce a sua função mais uma vez. Depois de bater a primeira cinza no bolso de cinzeiro, Espiã começa a falar.

(NATÁLIA) Sempre fui absolvida em primeira instância.
(PAULO) Você precisa ter medo de morrer, querida.
(NATÁLIA) Morrer não é nada que não esteja previsto numa ópera de Puccini.
(PAULO) Idiota, Como posso ajuda-la?
(NATÁLIA) Você é de uma benevolência diabólica.
(PAULO) Eu gosto de você, embora nunca tenha confiado na higiene bucal das prostitutas.
(NATÁLIA) Biltre. Eu só quero um punhado de balas de festim.

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